Fugindo um pouco da "normalidade" deste blog, quero comentar sobre a data que se aproxima. A Páscoa.
Com o passar dos tempo, intervenções de mídia e, principalmente, comerciais, essa comemoração pré-cristã, passou por tantas transformações que hoje, se não fossem as insistentes propagandas de ovos de chocolate com coelhinhos saltitantes, a tradicional data teria caído no ostracismo, pelo menos para o resto do mundo.
Com o passar dos tempo, intervenções de mídia e, principalmente, comerciais, essa comemoração pré-cristã, passou por tantas transformações que hoje, se não fossem as insistentes propagandas de ovos de chocolate com coelhinhos saltitantes, a tradicional data teria caído no ostracismo, pelo menos para o resto do mundo.
O Pessach (Passagem), dos judeus é comemorada durante vários dias, onde tradicionalmente relembram as dores que o povo judeu sofreu há cerca de 3.500 anos, quando foram escravizados no Egito. E com um conteúdo todo programado, as atitudes durante esses dias, são recheadas de lembranças de seus ancestrais.
Além das orações e histórias contadas, as refeições são todas bem elaboradas e cheias de simbologia.
Entre os pratos principais estão:
Matzá (ou pão ázimo):
Pão sem fermento, feito de fécula de batata (farinha de trigo,aveia, cevada ou centeio), água e sal. Estar sem fermento lembra o fato de que o povo Hebreu em quanto fugia do Egito, não teve tempo de esperar o pão fermentar e crescer.
Carne:
Durante a comemoração a carne obrigatoriamente precisa ser de um animal de quatro patas e de unha fendada, o mais comum na região é a carne de carneiro, podendo ser usada a de boi, bode ou outras.
Ervas amargas:
Principalmente a Raíz Forte, geralmente envolvida em talo de salsão ou folhas de alface. São molhadas em vinagre e água com sal (que se faz recordas as lágrimas derramadas e o suor do trabalho escravo).
Ovo cozido:
Para relembrar o sacrifício do animal que era levado ao templo. Deve ser cozido até ficar bem firme.
Charosset:
Uma pasta ou patê de maçã, nozes, canela, vinho (geralmente em pó) e açúcar. Simboliza o barro (por ficar com coloração semelhante) que era usada pelos judeus para fazer os tijolos das pirâmides egípcias.
Vinho:
Que seja quantidade suficiente para que cada um preencha sua taça por quatro vezes. Representando as quatro formas que Deus prometeu a Libertação para o povo Hebreu.
"Eu vos libertarei do jugo dos egípcios e vos livrarei da servidão. Eu vos redimirei com braço estendido (...) e vos tomarei por meu povo". (Êxodo 6: 6-7).
Entre outros alimentos simbólicos estão o pescoço de frango, batata cozida, bolinhos de peixe com matzá e muito mais.
Minha principal intenção em apresentar rapidamente o "ritual" culinário do Pessach é que saibam que a "Páscoa" que hoje conhecemos, nada se aproxima com a verdadeira tradição da data. O cristianismo que difundiu a data como sendo a da ressurreição de Cristo, porém a data é muito mais antiga do que esse importante acontecimento para as religiões mais modernas.
O que hoje se vê nada mais é do que uma banalização de um importante rito comemorativo de um povo. Infelizmente hoje somente o povo de Israel e seus descendentes, seguem e pregam essas formas.
O restante do mundo prefere contar aos seus filhos que quem trouxe o Ovo de Chocolate foi o Coelho (como ele foi capaz de botar um ovo e de chocolate ainda por cima eu não sei). E não fazem sequer menção a Libertação Judaica ou Ressurreição de Jesus.
São somente "massa de manobra" do que é comercial.
Enfim...
Fonte: Chabad
Feliz Páscoa (Pessach) a todos nós!
Renan R. Rosa.
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