sexta-feira, 15 de abril de 2011

Brasil: Um país não combativo.


O Brasil calado que temos hoje é um retrato fiel da tradição tupiniquim, em não ser combativo e incisivo, mesmo quando prejudicados.

Não estou fazendo alusão aos frequentes "panelazos" de Buenos Aires, nem a outros movimentos isolados. Mas sim afirmando que na Terra Brasilis de dimensões continentais, é desde os primórdios, produto raro, um líder de revolução, ou um grupo combativo, ou no mínimo alguém que lutasse contra os opressores.

Vejamos: Pensando apenas no "Americanismo". Na América Espanhola se destacaram alguns libertadores dos nossos vizinhos mais próximos. Simón Bolívar, José de San Martín, ou mais acima em áreas mexicanas, liderados pelo Padre Miguel Hidalgo. E ainda os combatentes da liberdade dos Estados Unidos.

Mas aí surge a pergunta. E o Brasil? Ah, o Brasil! Nossa independência foi declarada por um membro da família real de nossos antigos colonizadores, por interesses de não ter de retornar a obedecer aos seus superiores hierárquicos, nem enfrentar a Revolução do Porto em seu país de origem, o nosso "libertador", lançou, depois de ser advertido via carta por sua esposa, o famigerado grito de Independência ou Morte!

Sem menosprezar nossa amável população e enfatizar o fato de eu ser totalmente patriota. Mas existe uma dificuldade enorme em selecionar alguns nomes de lideranças brasileiras que obtiveram destaque nacional por serem combativos.

Não cometeria o erro de deixar de lembrar dos poucos que lideraram algum movimento pró-população. Dos nomes somente o de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, é a estrela da Inconfidência Mineira que mais brilha.

Ainda podemos citar os revolucionários separatistas Bento Gonçalves e Anita Garibaldi (da Revolução Farroupilha).

Mas, sem mais delongas. Todo esse pensamento só mostra que nosso país enraizou na sua história a falta de agrupamento, militância, e luta por um ideal.

Hoje em dia é ainda pior. As "caras pintadas" hoje são de photoshop, as revoluções vem com uma # hashtag na frente. Infelizmente a  combatividade não atravessa a tela do computador, onde os gritos são abafados.

As redes sociais foram os melhores elos entre os grupos que se uniram para derrubar ditadores em países árabes. No Brasil, movimentos minúsculos não passam de meia-dúzia de "assinaturas" de e-mails, por algum motivo, muitas vezes torpe.

É claro que hoje o Brasil vive uma época de estabilidade política, econômica e em paz (pelo menos é o que dizem), tivemos nos mais recentes anos bons e principalmente populares líderes políticos.

Mas me questiono, onde estão os líderes de causas? Os Mandelas? Os Guevaras? Até os Martin Luther Kings?

Espero que as próximas gerações se conscientizem de que as mudanças partem de nós, o povo. Se o político não é bom, nós temos a mudança. Se o sistema não agrada, nós somos a mudança.


"Brasil! Mostra a tua cara..."



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