sábado, 9 de abril de 2011

Força da Ofensa

Quem assistiu a partida pelo Calccio (o campeonato de futebol italiano) entre as duas maiores rivais do país, viu a vitória da equipe rossoneri, o A.C Milan pelo placar de 3 a 0 sobre o Internazionale de Milão.

Poderia ser apenas mais um jogo entre grandes rivais da mesma cidade como: Flamengo e Fluminense ou Palmeiras e Corinthians, mas o que se pode ver foi muito mais do que um jogo pegado e cheio de emoções.

A torcida do Milan deu uma verdadeira aula de como ofender alguém. Pela primeira vez o técnico brasileiro Leonardo comandava uma equipe contra o time que ele fez história. Então como em uma verdadeira arena de gladiadores modernos, o hoje técnico da Inter (ex. atleta, dirigente e técnico do Milan), foi alvo de vaias, xingamentos, faixas ofensivas e de um grande facho de luz em sua direção vinda de um poderoso laser.

Dentre todas essas opressões algumas se destacaram, como uma grande faixa que cobriu parte da torcida "rubro-negra", uma pintura criativa porém grotesca que representava A Última Ceia, do também Leonardo (da Vinci). No desenho lia-se facilmente "GIUDA INTERISTA":




O Interista refere-se somente ao clube, mas o Giuda ou para nós Judas (Iscariotes, o traidor), é bem mais forte na Itália do que nós brasileiros podemos imaginar. "Pequenas ofensas" e palavrões, hoje culturalmente no Brasil, são banalizados e comuns no nosso dia-a-dia. Na Itália, também é comum algumas palavras de baixo nível, mas chamar de traidor (ou Judas), é jogá-lo ao ostracismo, esquecimento total, ou como descrito em outra faixa de protesto "Per sempre cancellato"!


Ou ainda do latim persona non grata, todos os exemplos foram usados contra o treinador Leonardo, um tanto quanto contundente para a história e a moral do profissional, que ao contrário da curta memória ta torcida milanesa foi demitido de seu antigo clube.


Até onde o fanatismo por um clube, fará com que vários torcedores esqueçam que o hoje adversário também tem seu orgulho, é um pai de família... A rivalidade e as provocações valem e até fazem bem para o cotidiano do esporte, mas o impacto de algumas coisas ditas deveriam ser pesadas pelos que atacam.


*P.S: Só desejo sorte ao Leonardo (ou Giuda) lá na Inter! (rs)


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