quarta-feira, 23 de março de 2011

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

Frase muito conhecida, "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", extraída do livro O Pequeno Príncipe, do autor Antoine De Saint-Exupery, é talvez uma das frases de maior expressão na atualidade.
E é uma verdade quase imutável.
Na onda de que "a grama do vizinho é sempre mais verde", acabamos inevitavelmente exportando o que temos de pior.
Ontem, durante o tempo de ócio [im]produtivo, navegando pelo portal do G1, encontrei algumas noticias que chamaram a atenção pelo título. Segue:




"Sarney diz que atos secretos foram questão 'pequena' em sua biografia."




"Dono exige distância e condição especial para emprestar 'Abaporu'."






"'Só conhecia o Brasil por meio de sites para adultos', diz ator americano Jamie Foxx"


Essas 3 são as que mais me chamaram a atenção nas notícias dessa terça. E não foi pela relevância, foi pelo preconceito estampado. Pela ideia que fazem de nós.
Sarney envolvido em vários escândalos, atos secretos pode ser que de fato nem foram tão grandes assim comparado a outros escândalos que envolveu a família Sarney, porém, quem deu "autorização" para que ele pensasse assim? Quem deu pouca importância aos atos secretos? Será que se o povo tivesse se incomodado mais com isso, se o povo tivesse entendido o que isso significou, se nós tivéssemos nos mobilizado, ele se sentiria tão a vontade pra fazer esse comentário?
"Abaporu" uma obra da pintora brasileira Tarsila do Amaral, expoente do movimento modernista no Brasil, vendido em 1995 a um colecionador argentino por US$ 1,5 milhão. Ok, se eu tivesse uma obra desse valor, também faria exigências pra emprestar. Mas era necessário mesmo? Será que no Brasil não existe gente especializada que sabe como tratar uma obra de arte? A exigência da distância é que o público deve ficar a 1 metro da obra. Pra evitar a mania de ver com os olhos dos dedos, sabe... Quem passou ao tal Eduardo que nós brasileiros somos seres sem noção?
E o Jemie Foxx? sem comentários? Nada, é o que mais deve ser comentado! Essa notícia me lembrou outra, de um famoso ator, falando que não precisava de autorização pra gravar com armas no Rio, afinal, andar armado é normal por lá... O problema é que quem exporta esse tipo de pensamentos somos nós mesmos. Violência, paraíso do sexo, corrupção... nós é quem passamos isso... que nunca ouviu falar no American way of life? ou, Estilo de vida americano? Nos Estados Unidos tudo é lindo... Tem um seriado dos anos 80 fazendo sucesso por aqui, o tal do "Todo Mundo Odeia o Chris". Alguém já parou pra analisar que ele reflete justamente o lado "americano" que nos negamos a ver?

Aliás, queria saber quem deu procuração pra um pais se chamar pelo nome do continente? Eu sou América também, Tio San... todos os filmes você vê alguém dizendo "Deus salve a América", uow, obrigado por pedir por mim também, arrogante!

A questão toda é, o que nós exportamos sobre nós e o que importamos sobre eles? Não só os Estados Unidos, mas todos os outros países? Tropa de Elite é muito bom? sim, maravilhoso, eu sou mega fã das produções de José Padilha, mas o que exportamos sobre nós? favela, droga, sexo, pobreza, corrupção, território sem lei... É a verdade? não cabe a mim responder. Só sei que os filmes que exaltam nossas belezas e as boas qualidades de nosso povo são muito mal feitos, sem história, e sem nada que chame a atenção... Se nós mesmos não temos saco pra assisti-los, como fazer passar lá fora?
Enquanto vivemos na era do paga-pau pro não-nacional, vemos esse tipo de comentário e não temos sequer o direito de reclamar...
Saudações

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